sábado, 15 de agosto de 2015

A importância dos símbolos na vida e na cultura dos povos



São inúmeros os estudos, antigos e recentes, sobre a importância dos símbolos na vida e na cultura dos povos. De alguma forma eles são uma linguagem cifrada das aspirações e dos ideais humanos. Por isso mesmo existem desde tempos imemoráveis e continuarão existindo. São tão importantes para a vida e a cultura dos povos que hoje a semiótica ( semeion=sinal) – ciência que estuda os significados da linguagem e dos símbolos é muitíssimo conceituada.
Existem símbolos com significados profundos dentro de um determinado contexto histórico e cultural. Quando abraçados com ardor, manifestam e alimentam o respeito e o despertar de energias inesperadas. É o caso da bandeira ou do hino nacional de um país. Por isso mesmo até as crianças, quando participam de uma cerimônia cívica, ao hastear da bandeira e ao canto do hino nacional levam inconscientemente a mão ao peito. Ter sobre seu caixão a bandeira é uma das maiores honras que podem ser concedidas a quem deu a vida pela pátria.
 
Outros símbolos apontam para um nível ainda mais profundo, tentando traduzir convicções e valores que se apresentam como indissociáveis para a sobrevivência de uma instituição ou cultura; expressam a identidade profunda. Assim, para todos os povos, túmulos e cemitérios foram e são lugares onde se “respira um clima” de sacralidade e se mergulha nos mistérios da vida após a morte. Violar um túmulo é algo inadmissível em qualquer civilização.
Particularmente profundos são os símbolos religiosos, por mais simples que possam parecer. E esses símbolos apresentam variáveis, mas sempre ultrapassam o nível do que se visualiza e apontam para uma dimensão transcendente.
No caso daquelas inúmeras nações e das incontáveis regiões que foram evangelizadas pelo cristianismo, um dos símbolos mais expressivos é o do Cristo crucificado. Por isso, mesmo onde a modernidade e o materialismo se impuseram com furor, ninguém ousa tocá-lo. É o que se percebe, por exemplo, em muitos dos países da Europa Central. Passam os regimes, passam as ideologias e as cruzes lá continuam, atravessando o tempo.
Porém, o exemplo mais surpreendente de respeito aos símbolos religiosos verificou-se na antiga União Soviética. A começar pelo coração do materialismo ateu, o Kremlin. Todo rodeado por imponentes muralhas, sobre as quais tremulavam bandeiras, naturalmente vermelhas, e revestidas da foice e do martelo, mesmo no auge do fervor marxista, ninguém ousou tocar nas três lindas igrejas situadas no coração do Kremlin: a do Arcanjo Miguel, a da Dormição e a da Anunciação. Também no mesmo local ainda se conservam torres e salões batizados com nomes de santos: Torre São Salvador, Torre de São Nicolau, de São Constantino e Torre Santa Helena. E para não esquecer, preservou-se ainda um salão dedicado a São Vladimir. Aliás, não dá para esquecer a imponente Catedral de São Basílio, no Centro da Praça Vermelha.
Existem ainda muitas outras igrejas, que com seu estilo bizantino dão um toque todo especial a Moscou e a toda a Rússia. E aqui aparece a maior surpresa: mesmo se empenhando durante 70 anos para arrancar do coração do povo as convicções religiosas, consideradas como alienantes; mesmo prometendo um “paraíso terrestre” no lugar do “paraíso celeste”, os fervorosos marxistas acabaram se esquecendo de um detalhe: derrubar as igrejas e monumentos religiosos, deixando-os intactos, inclusive com as cruzes que continuam imponentes no alto de todas as inúmeras torres.
Ao lerem essas considerações, com certeza alguns irão se perguntar pela sua razão de ser. Existem ao menos duas. Primeira: aqui e ali há quem comece a exigir a retirada de símbolos religiosos de locais públicos. O símbolo mais visado é naturalmente o do Cristo crucificado. É que Jesus, cometeu um erro imperdoável: em vez de prometer um paraíso terrestre, prometeu apenas um paraíso celeste. Segunda resposta: se formos levar a sério certas propostas, devidamente avalizadas por altas autoridades, teremos que proceder como os americanos em Bagdá, derrubando tudo o que se contrapõe aos seus interesses. E sempre existem figuras que incomodam alguém.
Nesse contexto brasileiro de debates oriundos de decretos nos quais se entrevê uma espécie de pretensão de corrigir Moisés e Jesus Cristo, talvez seja conveniente lembrar um relato do que teria ocorrido com o Imperador Constantino. Quando, preparava-se para enfrentar o cruel e tirânico Maxêncio, na Ponte Mílvia, em Roma, em 312, em sonho ele teria sido encorajado por uma voz que parecia sair de uma grande cruz dizendo-lhe: "Com esse sinal vencerás". Constantino não só venceu, como concedeu liberdade religiosa, e, com isso, pôs fim à perseguição dos cristãos.
Convém não esquecer que os símbolos se constituem numa manifestação das aspirações mais profundas de um povo. Tentar remover símbolos religiosos, sobretudo no contexto do Brasil, é tentar arrancar sua alma e sua brasilidade. Pois por mais que isto possa desagradar a uns poucos setores da sociedade, convém recordar que o Brasil nasceu aos pés da cruz, quando da primeira Missa celebrada por Frei Henrique de Coimbra.
A remoção de símbolos religiosos se constituiria afronta não só religiosa, mas também cultural ao nosso povo. O Brasil, que no início foi batizado com o expressivo nome de “Terra da Santa Cruz”, não se entenderia a si mesmo sem seus símbolos religiosos e as manifestações de fé de sua gente. Por isso mesmo, qualquer tentativa de atacar as convicções mais profundas do povo são sempre temerárias. Não faltam exemplos de pessoas arrogantes que se atribuíram direitos que não lhes cabiam e, por vezes mais cedo do que esperavam, acabaram encontrando uma "Ponte Milvia" em seu caminho. É só questão de tempo.
 

«Ícones: teologia de sua veneração»

   

1. O fundamento teológico da veneração dos ícones

Igreja Ortodoxa possui um tesouro inestimável, não só no campo da patrística, como também no campo da arte eclesiástica. Como se sabe, a veneração dos ícones é muito importante na Igreja Ortodoxa, pois o ícone é muito mais do que uma simples imagem. Não é simplesmente um adorno do templo ou uma ilustração das Sagradas Escrituras, mas sim, tem uma correspondência total com elas, é um objeto que entra organicamente na vida dos ofícios divinos. Com isso se explica o significado que a Igreja dá ao ícone, claro que não a qualquer representação em geral, mas ao ícone canônico, aquela imagem que a própria Igreja elaborou no decorrer de sua história na luta contra o paganismo e as heresias; aquela imagem pela qual, no período iconoclasta, pagou com o sangue de seus mártires e confessores da fé.
«Ícone» é uma palavra grega que significa «imagem», representação. No ícone, a Igreja não vê apenas um aspecto qualquer do ensinamento cristão da fé, mas a expressão do cristianismo em sua totalidade, a Ortodoxia como tal.
Por isso, é impossível compreender ou explicar a arte eclesiástica fora da Igreja e de sua vida. O ícone, como imagem sagrada, é uma das manifestações da Tradição da Igreja. A veneração dos ícones do Salvador, da Mãe de Deus, dos anjos e dos santos é um dogma da fé cristã que foi formulado no II Concílio Ecumênico de Nicéia (787) - um dogma que emana da confissão fundamental da Igreja: a encarnação do Filho de Deus. O ícone de Nosso Senhor é o testemunho de sua encarnação, verdadeira, não ilusória. O significado dogmático do ícone foi claramente formulado durante o período iconoclasta.
Ao defender os ícones, a Igreja Ortodoxa não defendia seu aspecto didático ou estético, mas o próprio fundamento da fé cristã: o dogma da encarnação, já que o ícone do Salvador é, ao mesmo tempo, testemunha de sua encarnação e nossa confissão de Jesus Cristo como Deus.
«Eu vi a imagem humana de Deus, e minha alma foi salva», afirmou São João Damasceno. Em outras palavras, o ícone do Salvador é, por um lado, o testemunho da plenitude e da realidade de sua encarnação, a representação da personalidade divina do Verbo encarnado, uma natureza nova transfigurada; e por outro lado, testemunho da realidade de nosso conhecimento de Jesus Cristo como Deus, isto é, a revelação. A aspiração do homem a Deus, que é o aspecto subjetivo da fé, encontra-se com a resposta de Deus ao homem - a revelação, que é o conhecimento religioso objetivo, expresso em palavras e imagens. Desse modo, a arte litúrgica é não somente oferenda a Deus, mas também a descida de Deus; e arte na qual se produz o encontro de Deus com o homem, da graça com a natureza, da eternidade com o temporal. A tradição é a revelação que continua viva. É a vida da Igreja no Espírito Santo. A experiência daquele que a recebeu, cresce com a experiência de todos aqueles que a receberam depois dele. Esta conjugação de unidade da verdade da revelação com a experiência pessoal de sua recepção é um dos aspectos fundamentais da Ortodoxia: sua característica de ser Conciliar.
Na essência, a Igreja Ortodoxa vê na encarnação do Filho de Deus o fundamento para a veneração dos ícones. Os ícones elevam nosso pensamento da veneração ao Arquétipo.

2. Significado da «canonicidade» dos ícones

A tradição na arte eclesiástica, do mesmo modo que na Igreja, é composta de duas realidades: o fato histórico e a revelação atemporal, indissoluvelmente unidos entre si em forma orgânica. Por um lado, a representação da festividade ou do santo dá-nos um contexto histórico preciso e nos transporta a seu Arquétipo.
Por outro lado, não é uma simples representação de um feito histórico ou de uma pessoa entre outras. O ícone nos dá este acontecimento ou a imagem do santo fora do tempo, mostrando-nos seu significado dogmático e estético, seu lugar no plano geral da Economia Divina. A iconografia da festividade nos mostra seu conteúdo dogmático, seu lugar na cadeia de eventos salvíficos da história humana. Através do ícone do santo conhecemos seu lugar e seu significado na Igreja, o caráter de seu serviço a Deus: como apóstolo, santo imitador de Cristo ou mártir.
Finalmente, nos ícones do Salvador e da Mãe de Deus está expressa toda a plenitude da Economia Divina.
Deste modo, cada ícone é uma parte do todo, da Igreja, não só no sentido interno e espiritual, mas também exterior. A construção arquitetônica do ícone, tanto interna quanto externa, compõe uma unidade com a arquitetura do templo. Cada ícone é para nós, tanto num sentido como noutro, o mundo levado a um estado de harmonia e de ordem superior.
Dizia São João Damasceno:
Não me inclino diante da criação em lugar do Criador, mas me inclino diante do Criador que se fez criatura como eu, sem humilhar sua dignidade, sem sofrer nenhuma divisão, desceu na forma de uma criatura para glorificar minha natureza e faze-la partícipe da natureza divina. Junto com o Rei e Deus, inclino-me diante da púrpura do Corpo, não como vestimenta e não como uma quarta Pessoa, não, mas como convertida em partícipe dessa mesma Divindade. Do mesmo modo que o Verbo, sem sofrer mudança alguma, se fez Carne, do mesmo modo, a Carne se fez Verbo sem perder aquilo que ela é, melhor dizendo, sendo uma com o Verbo na Hipóstasis. Por isso, com atrevimento represento o Deus invisível não como tal, mas sabendo-se feito visível por nossa carne através da participação na Carne e no Sangue. Não represento a Divindade invisível, mas por intermédio da imagem expresso a Carne de Deus que foi visível».
O Divino, o invisível, o incorpóreo não se representa por si mesmo, mas por força da encarnação do Logos, segunda Hipóstasis da Santíssima Trindade. A imagem, o ícone, antes de mais nada é semelhança, modelo, impressão do Arquétipo. Uma representação tal não se parece com a pessoa ou objeto representado como num espelho ou de forma naturalista. Seu objetivo é tornar evidentes as coisas secretas e mostrá-las. O princípio da iconografia, a relação da imagem com o Arquétipo penetra todo o universo. Por sua natureza, é o reflexo das relações, transcendentes para este mundo, entre Deus Pai e Deus Filho. Neste caso, a imagem é semelhante em tudo ao Arquétipo. O ícone está ligado ao Arquétipo, não por natureza, mas por energia. A energia de Deus, ao penetrar a imagem, a santifica e, ao manifestar-se através dela, eleva o homem até Deus. Por isso, o que venera um ícone, não venera a matéria da qual foi feito, mas venera o mesmo Arquétipo por intermédio da união, na oração, com Ele.
O ícone reflete a santidade, o mundo transfigurado, o mundo superior; a través dele as imagens dos ícones possuem uma essência significativa e representativa: o mundo transfigurado. Isto está fixo no cânon. A canonicidade de um ícone não está tanto no sujeito, como no principio da representação do corpo transfigurado por meio de sinais estabelecidos. A teologia cristã diferencia a incognoscível essência de Deus e suas manifestações criadoras, isto é, a energia, dando-lhes Nomes Divinos. Um destes Nomes é a «Beleza».
Ela é de essência superior e esta acima do mundano, isto é, é transcendente a todo o sensível. Por isso a arte da Igreja tem por princípio o antinaturalismo. A Beleza é uma idéia central da estética cristã. A Beleza, como Nome Divino, é de natureza luminosa. Deus é luz e nele não há nenhuma escuridão. Cristo é a Luz verdadeira que ilumina todo homem que vem a este mundo.
Os testemunhos das Sagradas Escrituras são comprovados pela experiência de muitos séculos de santos cristãos que se esforçaram espiritualmente, que contemplaram a Luz criada por Deus. O ícone canônico transmite esta Beleza, a Beleza cheia da Luz Divina do mundo transfigurado. O ícone é o conhecimento concreto e experimentado da santificação espiritual e da transfiguração do corpo do homem. Do mesmo modo que a Palavra, mas em imagens visíveis e por meio de linhas e pinturas, o ícone nos manifesta a revelação dos dogmas de Deus e, ao mostrar ao homem em estado de oração, de graça, nos apresenta o mistério de sua divinização. Em outras palavras, no ícone, com meios materiais se representa a ação transfiguradora da graça. Aqui todo o corpo participa da oração, todo o ser se dirige para Deus.
É necessária a renovação de nossa natureza, a transfiguração dos sentimentos; eles, do mesmo modo que todo o corpo, se fazem diferentes. Esse momento, esse estado é a representação do santo no ícone. Disso decorrem as formas pouco usuais, distintas, não naturalistas, que com frequência nos são incompreensíveis. O ícone não é uma fantasia, não é uma invenção: ele é conhecimento concreto e experimentado, como se fosse o homem representado no estado de graça da transfiguração. É algo como uma cópia do natural, com a ajuda de símbolos. A través deles, a extraordinária grandeza, simplicidade, tranquilidade e graça do movimento no ícone. Por isso, através de seu ritmo de linhas e cores, está sujeito a uma harmonia superior. Ele é o reino do Espírito, o domínio da plenitude da vida superior expresso por intermédio de linhas e cores. Somente as pessoas que viveram este estado puderam criar tais imagens. Por isso, o ícone canônico inspira em nós o estado de oração e o concentra. O ícone é o caminho e o meio, é a oração cristã.

3. A queda da iconografia como consequência da queda da espiritualidade

Deste modo, o ícone expressa a contemplação e o estado no qual o homem vive uma vida igual à imagem que lhe é visível. Somente uma imagem assim pode ser contundente em sua realidade. Por isso, qualquer lembrança que o ícone traga da realidade carnal, da natureza decaída do homem, a sensação da corrompida carne do homem e do espaço físico, contradiz a essência do ícone, o dogma da Transfiguração, já que o corpo e o sangue não podem herdar o Reino de Deus e o corrupto não herda a incorruptibilidade. A introdução, na Igreja, da arte mundana, levou-nos a nos aproximar da obra litúrgica da Igreja com as mesmas exigências que temos para com a arte secular, rebaixar a essência superior ao nível do humano. Tal relação com a arte litúrgica foi o resultado de profunda queda espiritual. Durante os últimos séculos vemos a luta, não contra o ícone como no período iconoclasta, mas a corrupção partindo de dentro; não a heresia aberta, mas a queda espiritual cujo resultado é a incompreensão, a deformação e a substituição da autêntica imagem litúrgica pela imagem falsa, nunca sancionada pela Igreja. Isso se refere não tanto ao dogma da Encarnação de Deus: "Deus se fez homem", mas à divinização do homem através da Encarnação de Deus, isto é, o dogma da Transfiguração: «Para que o homem se faça Deus».
A iconoclastia atual é inconsciente, não está na negação aberta dos ícones, mas na deformação de seu sentido. Na incompreensão de seu significado dogmático e educativo, e na substituição do verdadeiro ícone pela falsa imagem, isto é, um simples quadro sobre um tema religioso. E mesmo que o quadro corresponda iconograficamente a um tema religioso, nele a iconografia substitui o conteúdo religioso por um arbitrário. Está ausente a idéia da transfiguração. Em tais quadros não se representa o mundo transfigurado, transcendente, mas o mundo terrenal, natural; não o superior, mas o inferior; não a carne transfigurada, mas a real.
Não se consegue rezar diante de tais quadros. Eles não são revelação. O retorno à arte autenticamente litúrgica, ao ícone canônico, implica no retorno ao único caminho verdadeiro na arte da Igreja que corresponde a seu Espírito, a seu ensinamento, isto é, o retorno às formas canônicas da arte litúrgica purificada de todo elemento estranho e agregado que deforma os dogmas da Igreja Ortodoxa e rompe a união, levando à individualização e à ruptura. A Igreja é o mundo da união e harmonia de Deus. É este mundo que a Igreja põe diante de nossos olhos e de nossa mente em sua arte.

4. O iconógrafo

O reino do espírito contido no ícone, essa atmosfera «de grande tranquilidade», (Mt 8,26) e «de paz de Deus, que supera qualquer entendimento» (Fl 4,7), não pode ser representado externamente, simplesmente copiando um ícone antigo. A tarefa de quem escreve ícones é neles recriar o mundo superior transfigurado. Isso impõe ao iconógrafo certas obrigações. Por isso, na antiga Rússia os santos não só «tinham grande cuidado e preocupação para que os iconógrafos e seus discípulos copiassem modelos antigos», mas também prestavam atenção especial às qualidades morais do iconógrafo e seu bom comportamento.
"Corresponde ao iconógrafo ser humilde, manso, piedoso. Que não fale em vão, que não ria em excesso, que não brigue, que não seja invejoso, beberrão, ladrão, assassino; que acima de tudo cuide da pureza corporal e espiritual com todo o zelo... Corresponde ao iconógrafo procurar com frequência o padre espiritual, pedir-lhe conselho em tudo e segundo os ensinamentos viver em jejum, oração e abstinência com humilde sabedoria... Se algum dos iconógrafos ou seus discípulos passa a viver sem cumprir as regras: em embriaguez, impureza e qualquer desobediência, deve-se proibi-los, separá-los do trabalho com ícones e não permitir que se aproxime deles"
fonte: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/iconografia/icones_teologia_de_sua_veneracao.html
Tradução e autorização para publicação no ECCLESIA por: Pe. José Artulino Besen     

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O QUE É UMA IGREJA DOMÉSTICA





O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de "Igreja doméstica", comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e da caridade cristã.


Todo lar católico deve ser considerado uma pequena Igreja. O Pai a cabeça e a Mãe o coração (ambos com a mesma dignidade diante de Deus e sempre tratando-se igualmente na caridade) e os filhos aprendendo como conhecer, amar e servir à Deus. A cabeça do verdadeiro lar católico é Jesus, da mesma maneira que Ele é o chefe da Igreja mas nomeou o Vigário do Sumo Pontífice, o Santo Padre. A consciência constante da realeza de Cristo, com a semana centrada na Missa e o dia centrado na oração, é fundamental para a família.
No mínimo, além de serem incentivados a rezar em suas próprias palavras, as orações que cada criança católica deve saber são:

- Orações do Rosário: Sinal da Cruz; Credo, Pai-Nosso, Ave Maria, Glória, oração de Fátima e Salve Rainha;
- Bênção antes das refeições;
- Bênção após as refeições;
- Oração ao Anjo da Guarda;
- Ato de Contrição;
- A Oração pelos defuntos.

A oração pode ser incentivada colocando fontes de água benta perto da porta de entrada da casa e no quarto das crianças. Cada quarto também deveria ter um crucifixo pendurado sobre a cama benzido por um padre.



O ideal seria que cada família consagrasse a sua casa ao Sagrado Coração de Jesus, declarando abertamente a sua intenção de fazer de Cristo o Rei do lar. Também devemos pedir à um bom Padre que benza a nossa casa nova e a Igreja recomenda a benção anual durante o tempo de Páscoa.*

Em contraste com a típica casa do mundo secular que possui um aparelho de televisão como peça central, o ponto central de um lar católico deve ser o altar da família - um lugar onde a família possa se reunir para oferecer suas orações à Santíssima Trindade e pedir aos Santos para interceder por eles. Assim como as orações da manhã, Rosários em família, novenas familiares, Lectio Divina, Liturgia das Horas etc...

Os altares familiares, assim como o resto da casa, podem ser decorados de acordo com o tempo litúrgico, mudando as cores das toalhas, imagens sacras e flores de acordo com as celebrações da Igreja. Uma dica seria ter um ou dois mini porta-retratos e ter santinhos de acordo com a devoção de cada família e trocar somente a foto do Santo no dia da celebração ao invés de ter inúmeras imagens no altar (é bom lembrar – e ensinar aos nossos filhos a beleza da simplicidade – quanto menos melhor). Claro que Crucifixo, imagem de nossa Senhora e São José devem permanecer no altar (e o padoreiro da família).
- Sobre a criação de altares, presépios, etc: a decoração deve ser organizada de um modo que Cristo seja a perspectiva mais importante. Assim como nas igrejas. Do lado esquerdo da Igreja, de nossa perspectiva é o Evangelho e Maria, enquanto o lado direito da nossa perspectiva é a Epístola e São José e o crucifixo fica acima e no centro. Isto porque a partir da perspectiva de Cristo, o Evangelho e Maria estão a sua direita. Seguindo este princípio, quando a criação de uma creche ou altar, por exemplo, Maria deve estar à direita de Cristo (mas a nossa esquerda).

Também em sintonia com os tempos litúrgicos e festas, ícones e estátuas podem ser cobertas com pano roxo durante as duas últimas semanas da Quaresma, coroa de espinhos podem ser usados para decoração durante a quaresma, a estátua de Maria pode ser coroada com rosas em maio; lírios podem ser colocados na festa de São José; coroas de Advento no primeiro domingo do Advento etc.

É muito importante que os pais façam o ano litúrgico ser vivido pelos seus filhos, para torná-los parte do ritmo de vida dos filhos. Isso irá ajudá-los a prestar mais atenção na missa durante o Evangelho e os sermões e também ajuda as crianças psicológicamente, pois sentem-se "fundamentadas" em uma família estável, tradicional e como parte de algo "maior do que eles são" em termos da Igreja. Os ciclos do ano litúrgico tem sido compartilhados por católicos durante milênios. Estas "pequenas coisas" conectam os seus filhos para si, para a sua família e para a Igreja - Cristo.

Os costumes de celebrações variam de famílias e países. Mas toda criança católica deve aprender sobre os nossos Santos virtuosos! Dê-heróis à seus filhos, inspire a sua imaginação e alimente a vontade de fazer o bem. Eles podem ser ensinados sobre os santos através dos seus dias de festa. A família deve adotar um padroeiro para a sua casa, assim como cada Igreja particular tem o seu próprio padroeiro (São José, padroeiro das famílias, é natural para esta causa!). Algumas famílias escolhem um padroeiro diferente a cada ano na festa da Epifânia. Não importa qual seja, a Igreja Triunfante deve ser vivenciada como sendo tão real para os seus filhos quanto a Igreja Militante!

... E a realidade do sofrimento da Igreja devem ser claros e relevantes para eles, também. Embora todos nós temos a esperança de que nossos familiares mortos já estejam no Céu, é possível que eles estejam no purgatório por um tempo. Estes entes queridos nunca devem ser esquecidos e rezar por eles deve ser uma parte da vida de seus filhos.

Os pais também devem ensinar os filhos a pedir benção a eles, um costume antigo que infelizmente não se vê hoje em dia. Na verdade este hábito singelo, demonstra respeito e confiança que os filhos possuem em relação aos pais.
Você pode não ser rico, você pode ser incapaz de dar grandes posses para o seu filho, mas uma coisa que você pode lhe dar é a sua bênção. E é melhor ser abençoado do que ser rico.(São Ambrósio)
Seria bom se uma pequena biblioteca pudesse ser construída com livros para alimentar a fé: Catecismo da Igreja para crianças e adultos, Documentos da Igreja, Autobiografia de Santos e livros de meditações diárias escrita por Santos.




Casas Católicas devem ser preenchidas com livros católicos, arte sacra, música sacra, etc. Deve haver uma abundância para alimentar a mente e o coração e para envolver o corpo. Uma criança bem treinada, raramente fala de "tédio" ou o usa como uma desculpa para se envolver em encrencas ou se lamentar. A criança deve aprender a se divertir com as coisas simples do dia a dia, imaginar novos jogos e aprender sobre o mundo ao seu redor. As crianças nunca odeiam ler e aprender! Isso vem depois, quando os professores (e os pais) ignoram a importância da leitura e quando a televisão rouba-lhes a imaginação e os ensina a aprender passivamente. Como pais cristãos, que prometemos no dia em que nos casamos a ensinar nossos filhos a amar e servir à Deus, seria bom nos perguntamos se a televisão contribui para essa promessa....Dê glória a Deus em tudo que faça...não seria melhor manter nossos filhos longe de TV? Ou pelo menos de grandes doses da mesma (e certamente, longe de programação que agride a moral cristã). Pode ser que um bom filme não machuque ninguém, mas incessante imagens, trilhas sonoras barulhentas, comerciais, etc... especialmente em doses elevadas, são assassinos da alma.

Se você não gosta de: ler, desenhar, pintar, tocar um instrumento musical, bordar, tricotar, cozinhar, aprender línguas estrangeiras, empinar pipas, praticar esportes, etc - eu acho que você entendeu o meu ponto - desligue a TV e comece alguma coisa agora mesmo. Se você perdeu tudo isso quando criança chegou a hora de reconquistar! Se puder, prepare um espaço onde seus filhos possam ser criança e junte se a eles!

Sagrada Família Ora pro nobis!
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A Bênção Anual de Casas da Família
152. A bênção anual das casas de famílias acontece geralmente durante a Páscoa - ou em outras épocas do ano. Esta prática pastoral é altamente recomendado aos párocos... uma vez que oferece uma ocasião preciosa para lembrar a presença constante de Deus entre as famílias cristãs. É também uma oportunidade para convidar os fiéis a viver segundo o Evangelho e para exortar os pais e as crianças a preservar e promover o mistério do ser "Igreja doméstica" (156). Fonte: Diretório sobre Piedade Popular - Vaticano


FONTE: http://familia-igreja-domestica.blogspot.com.br/p/o-que-e-uma-igreja-domestica.html

FAÇA UM ALTAR EM SUA CASA




Todo católico deve ter em sua casa um altar, ou um pequeno oratório; pode ser um quadro, uma imagem ou algum objeto de ligação com a sua fé e por conseguinte com DEUS.
É de suma importância que todos possuam em casa um espaço reservado a sua união com DEUS, no quarto, na sala, na cozinha, no lugar que mais lhe agradar; onde em silêncio pode falar com DEUS e meditar sobre a sua palavra.

No Brasil colonial era muito comum que toda casa tivesse um oratório.
Como não havia muitas igrejas e os padres eram poucos, num país grande como o nosso, as famílias costumavam manter um oratório ou capelinha onde celebravam-se as missas quando havia um sacerdote de visita ou a família fazia suas orações, terços, ladainhas e novenas.



Peço a todos que construam um altar em suas casas, deem espaço a DEUS em suas residencias, criem oratórios ou pequenos altares a seus santos de devoção.

Abram as portas de suas casas para as bençãos de Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora e de seus Santos nossos irmãos mais ilustres que podem nos auxiliar com as suas orações e intercessões.
Reservem um espaço onde a imagem de Nossa Senhora, seu santo protetor, a Santa Cruz de Cristo apareçam, este espaço atrairá as bençãos de Deus para você  e a sua família, e será uma fonte de onde emanarão as graças e bençãos sobre vocês.
Este espaço será uma ponte com todos os altares das Igrejas onde se celebram o sacrifício de Cristo, e assim nenhum mal poderá entrar em sua casa.
Mas lembre-se de que o poder do altar depende das suas oferendas. Para nós cristãos nosso corpo e nossa alma é a oferenda mais agradável a DEUS na oração.

REZE, REZE, REZE MUITO DIANTE DO SEU ALTAR.
A ORAÇÃO NÃO OCUPA LUGAR NO TEMPO E NO ESPAÇO, POIS NÃO CONHECEMOS COMO O TEMPO FUNCIONA PARA DEUS, A ORAÇÃO PODE AGIR NO SEU PASSADO (ORAÇÃO PELOS ANTEPASSADOS JÁ FALECIDOS - ALMAS DO PURGATÓRIO ), NO SEU PRESENTE ( NECESSIDADES ATUAIS), OU NO SEU FUTURO (PROTEÇÃO - LIVRAMENTOS - DESCENDENTES, ETC...) .



Se estiver atrasado, sem tempo faça um sinal da cruz, diga obrigado e peça proteção; se tiver tempo reze um salmo, um terço ou outra oração de sua devoção.
Fale com DEUS diante de seu altar o poder e a graça que virão daí serão inigualáveis, 
Lembre-se de cuidar e zelar do seu altar, flores velas, toalhas ... arrume-o como mais lhe agradar. Este espaço deve ser o mais importante da sua casa, poque é um espaço reservado para DEUS. 
Na minha casa é o mais importante pois é nele onde falo com DEUS, JESUS e NOSSA SENHORA, é onde encontro soluções para todas as aflições, onde agradeço as bençãos recebidas .
Ative o poder de DEUS em sua vida. Reze e faça um altar onde CRISTO e NOSSA SENHORA possam lhe visitar constantemente. 

MAS LEMBRE-SE O VERDADEIRO ALTAR ESTÁ EM NOSSOS CORAÇÕES.
O EXTERIOR DEVE APENAS MOSTRAR O NOSSO INTERIOR; POIS NOSSO SENHOR JÁ DISSE: "A BOCA FALA DO QUE O CORAÇÃO ESTÁ CHEIO"

Há diversos modelos de oratórios uns mais rústicos, outros mais modernos, outros artesanais, escolha o que mais lhe agradar.

BENÇÃOS A TODOS 
ABENÇOADOS SEJAM.
LUZ E AMOR.
.
ALINE SANTOS.

O Altar e a sua importância na vida cristã.




É muito importante que saibamos do plano de Deus para dar direção e comunicar-se com seus filhos.  Por essa razão estabeleceu princípios irrevogáveis, portanto precisamos estar atentos para falarmos com Ele e também termos a sensibilidade e percepção, para ouvirmos a sua voz.

Temos a necessidade de operarmos de acordo com Sua vontade e estabelecermos Seu Reino na terra. Hoje, nesse tempo em que vivemos, a importância da comunicação é vital. Tão importante e necessária é, que sem ela não sobrevivemos e a cada dia recebemos muitas informações, inclusive de como e para onde o mundo está caminhando.

Em meio a essa grande revolução tecnológica, vemos e compramos aparelhos super poderosos para nos comunicar com todos ao nosso redor. A cada instante temos diante de nós equipamentos de grande capacidade, inclusive de armazenamento. Fica tudo guardado na memória de máquinas superpotentes.

No Velho Testamento, o meio utilizado por Deus após a queda de nossos primeiros pais é muito semelhante a esses equipamentos desse tempo da revolução tecnológica dos dias de hoje. 

O importante é comunicar-se com o Senhor e receber as informações de quando e como fazer a obra d’Ele. Para isso, Ele estabeleceu o ALTAR.

Vemos Deus tomando a iniciativa de falar conosco a seguir. Vemos o homem tomando a iniciativa de diálogo com Seu Criador. 
O importante é dar e receber informações. Deus disse a Moisés: “Faz conforme o modelo que estou te mostrando”. 

E ainda hoje Deus quer se comunicar e nos dar a direção, nos mostrar o modelo de como fazer a Sua obra.
Mas quantos estão dispostos a comunicar-se com o Criador e receber d’Ele as informações necessárias para todas as áreas de suas vidas e também, as direções necessárias para realizar as obras de Deus?

Vemos na atitude de Elias uma chave, uma revelação. Ele disse aquele povo que estava frio e sem fé: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?, ou seja, até quando duvidareis ?

Disse ele: “Vamos restaurar o ALTAR do Senhor que está em ruínas. “
Na verdade essa direção tinha muito a ver com reatar, resgatar a comunicação com Deus. Não tem como andar numa vida de vitórias nessa terra, sem comunicação com Deus.

O ALTAR DE NOÉ

Porque Noé toma essa atitude de construir um ALTAR logo após as águas baixarem? 

O impacto do dilúvio me parece que ainda estava muito vivo na memória de seus familiares. Muito temor havia em seus corações em presenciar tremenda tragédia mundial e os milhares que morreram afogados. 
Ele queria saber os planos de Deus dali em diante e por isso ele estabelece o ALTAR, com o objetivo de ouvir a voz do Senhor.
(Gênesis 8:20)
E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar.
(Gênesis 8:21)

E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. 

Tremendo o que Deus comunica ao nosso pai Noé. Ele gostou sentiu o cheiro agradável do que foi colocado no altar ( isto é, a disposição de Nóe e sua família em adorar e agradecer a Deus pelos benefícios recebidos) e respondeu as expectativas do coração de Noé e de seus familiares. 

Deus disse: “A imaginação do coração do homem é má desde que ele é ainda uma criança. Não amaldiçoarei a terra. Não vou ferir a mais nenhum sobrevivente em tais tragédias. Ele disse algo também muito interessante. 

Enquanto a terra durar! Já parou para pensar nessa declaração? Enquanto a terra durar!
(Gênesis 8:22)
Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.

O ALTAR DE ABRÃO

Aqui o próprio Deus toma a iniciativa de comunicação com a terra e Ele escolhe o nosso pai da fé para liberar um chamado e promessas.
(Gênesis 12:7)
E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.
Gênesis 12:8

E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR.
Gênesis 12:9
Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul.
Gênesis 13:4
até ao lugar do altar que, dantes, ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do SENHOR.  Abrão procura a banda do Sul onde antes tinha feito uma linda comunicação com Deus e nos parece que ele quer retomar o diálogo alguma coisa ficou incompleta ele quer saber os detalhes.
Gênesis 13:18

E Abrão armou as suas tendas, e veio, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR.
Gênesis 22:9

E vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.
Gênesis 22:10
Deus está levando o nosso pai da fé para uma experiência muito dura, uma prova de fogo. Abrão praticou a obediência imediata e cumpre a ordem do Senhor e recebe o resultado dessa cega obediência. E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o seu filho.
Gênesis 22:11

Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
Gênesis 22:12
quando alguém entra no terreno da obediência cega que nós chamamos de confiança total até o Céu grita com os anjos de Deus. 
Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único. 

Que coisa gloriosa o que Deus disse: “Agora sei que tu me temes”. Já pensou na profundidade dessa resposta? Agora Eu sei que tu me temes!  imediatamente vemos a provisão do Senhor diante dos olhos de Abrão e que glorioso receber das mãos do Senhor todo o suprimento que necessitamos.
Gênesis 22:13
Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.

UM OUTRO ALTAR – edificando outro Altar para se comunicar-se com Deus
Gênesis 26:25


Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço. 

O altar lhes deu a visão de cavar um poço! Água, nessa visão gloriosa vemos que no ALTAR temos água. A nossa sede de Deus é saciada, água em abundância porém temos que cavar. Você tem a atitude de cavar até encontrar a água que necessita?
Gênesis 33:20
E levantou ali um altar e chamou-lhe Deus, o Deus de Israel.

LEVANTE UM NOVO ALTAR

Gênesis 35:1
Depois, disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão.
Outra memória. Lembra aquelas orações que fez quando estava numa terrível crise? seu irmão queria lhe matar? Lembra? Quero falar um pouco mais com você sobre essa questão ok?
Gênesis 35:2

Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes.
Gênesis 35:3
Deus está falando sobre mudança de mentalidade. A ordem de Deus era purificação, consagração total.
Gênesis 35:5
Deus agora toma a iniciativa de comunicação.
E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o.

O ALTAR DE MOISÉS


Êxodo 15:2
O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.
Êxodo 17:15
E Moisés edificou um ALTAR e chamou o seu nome: O SENHOR é minha bandeira. 
O que representa a bandeira de uma nação? A nossa bandeira brasileira tem varias cores, verde, amarelo, azul e branco. Para cada uma dessas cores há uma indicação para isso. Por exemplo, o amarelo significa a as riquezas que temos no metal precioso chamado OURO. 
O verde represente as nossas matas. Quando Moisés declara: “O Senhor é a minha bandeira”. Acredito que ele refere- se a Deus como a sua maior riqueza.
A ordem de Deus para construir um ALTAR
Êxodo 20:24
Um ALTAR de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei.
É no ALTAR que encontramos com Deus e por Ele somos abençoados.
É no ALTAR das orações celebramos a memória e o nome do Senhor.
Êxodo 20:25
E, se me fizeres um ALTAR de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás.
Êxodo 20:26

Não subirás também por degraus ao meu ALTAR, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.
Êxodo 21:14
Mas, se alguém se ensoberbecer contra o seu próximo, matando-o com engano, tirá-lo-ás do meu ALTAR para que morra.
Êxodo 24:4

E Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de madrugada, e edificou um ALTAR ao pé do monte e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel;
Êxodo 24:5
e enviou certos jovens dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos e sacrificaram ao SENHOR sacrifícios pacíficos de bezerros.
Êxodo 24:6
E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos.
É no ALTAR que reafirmamos o nosso compromisso de obedecer a direção do Senhor para nossas vidas.
Êxodo 24:8
E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel,
Êxodo 24:10
e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira e como o parecer do céu na sua claridade.
É no ALTAR que enxergamos a luz do Senhor.
Êxodo 24:11
Então, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinares.
É no ALTAR das orações que recebemos os projetos de Deus.
Êxodo 24:13
E levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e subiu Moisés o monte de Deus.
E, subindo Moisés o monte, a nuvem cobriu o monte.  A nuvem representa a presença do Senhor nos trazendo refrigério e isso tudo acontece no ALTAR.
Êxodo 24:16
E habitava a glória do SENHOR sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e, ao sétimo dia, chamou o SENHOR a Moisés do meio da nuvem.  No cume do Monte Sinai Deus chamou Moisés para uma reunião no ALTAR.
Êxodo 24:17
E o aspecto da glória do SENHOR era como um fogo consumidor no cume do monte aos olhos dos filhos de Israel.
Êxodo 24:18
E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu o monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.
No ALTAR teremos a comunicação com Deus e o necessário para descobrirmos gradativamente a Sua vontade plena para a Igreja de Cristo. 

A importância dos altares no passado

Na época dos patriarcas, Deus se manifestava nos locais onde levantavam-se altares de pedra, e eram oferecidos sacrifícios ao Deus Jeová. Era algo normal entre eles, sempre que tinham algo a agradecer, ou algo a ser buscado de Deus, levantava-se um altar.
Na verdade, o mesmo acontecia  com os que serviam aos deuses pagãos. Nos altares levantados, os espíritos territoriais se manifestavam, e através destes altares deixavam seus pontos de contato, e assim poderiam controlar determinada região.
Ao estudarmos a história de Israel, percebemos que no início estes altares eram feitos de pedra, até chegar a época dos reis.
No reinado de Davi, Deus colocou no coração dele o desejo de construir um santuário, um templo, e ele preparou Salomão, seu filho, para tornar este desejo em realidade.
Os homens daquela época eram fervorosos adoradores. Eles sabiam que sua adoração tocava o coração de Deus e ele vinha, e se manifestava.
E quando isto acontecia, a presença de Deus  era tão real, e muitas vezes com manifestações físicas através de anjos, fogo, terremoto, ou som de trombeta.

Deus estabeleceu princípios para a construção dos Altares de pedra

Lemos em Êxodo 20:25 e 26 ?e, se me fizeres um altar de pedra, não o farás de pedra lavrada; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. Não subirás também por degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.?
Deus prometeu manifestar-se no lugar onde houvesse um Altar, por isso, era necessário seguir os seus princípios para edificá-los:
            1º)  para que Deus aceitasse a oferta, o altar não podia ser profanado  - as pedras não poderiam ser cortadas com ferramentas. Isto significa que Deus queria uma adoração natural. Nada artificial, nada ?coreografado? . Tudo espontâneo partindo de um coração sincero.
            2º ) não podiam mostrar sua nudez . No altar do Senhor tem que haver santidade. Infelizmente hoje, nos altares de Deus muitas vezes há pessoas que não cuidam, e trazem contaminação ao altar, com o uso de roupas sem pudor, e vida de pecado, pensando que assim irão agradar a Deus.

Esta é a diferença dos altares de satanás, que contêm toda sorte de impurezas, imundícias, e perversão. Mas Deus é santo e exige santidade na sua presença.

O lugar do Altar

No princípio, a revelação mostrava que no lugar onde era erigido um  altar, era exatamente onde Deus se manifestava, falava com eles, e o próprio lugar se transformava num lugar sagrado (veja o exemplo de Jacó em Gênesis 35:9-15).
Você encontra também na Palavra de Deus, lugares específicos onde o próprio Deus escolheu para se manifestar, veja:
            1º) Êxodo 19:18-20 -  o Monte Sinai ? foi um ?altar?  especial ? o lugar da lei, o lugar onde Moisés teve uma experiência tremenda, e falou com Deus.
            2º) I Reis 18: 19-24, 36-38,39 ? o Monte Carmelo ? passo a passo, até levantar um altar, e  Deus se manifestar para derrotar Baal e os falsos profetas.

Do Altar de Pedra ao Santuário

Em Gênesis 22:1-14,  Deus escolheu um lugar que no futuro se converteria, num templo, um santuário (profeticamente já mostrando Jesus e nós).  Quando Abraão entrega Isaac, Deus escolheu uma das montanhas de Moriá, profeticamente como Jesus estaria sendo entregue como cordeiro pascal.

No mesmo lugar, David é confrontado com seu pecado, e Deus dá ordens para construir um altar, e assim cessar a praga que estava sobre Israel.
O local escolhido foi a eira de Arauna (em algumas traduções Onã ? o Jebuseu).
Veja esta história em  I Crônicas 21:14-30, e no capítulo 22:1 à 6,  em II Crônicas 3:1, e também em II Crônicas 7:1-2, 12, e 16. O altar foi levan tado, o sacrifício foi entregue, e a praga cessou!
O mesmo lugar do sacrifício de Abraão, o mesmo lugar do sacrifício  de Davi, foi construído o santuáro de Salomão para o Deus altíssimo.Aleluia!  II Crônicas 3:1 ?e começou Salomão a edificar a casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor se tinha mostrado a Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu?.

Adoração é a resposta para os dias de hoje

Quando Jesus veio como cordeiro, ele foi sacrificado no altar do Gólgota e derramou seu sangue como libação. Ao subir aos céus,  o Espírito Santo é enviado, e este passa a morar no interior de todos aqueles que aceitam a Jesus como Senhor de suas vidas.
Passamos a ser o santuário vivo do Deus altíssimo. Mas não podemos esquecer que os princípios continuam os mesmos:

1) adoração tem que ser natural e espontânea


2) o altar de Deus (que somos nós) tem que estar em santidade (vida de santidade).

A adoração atrai a presença de Deus! Quanto mais adoração, maior será a glória de Deus,  e onde Ele se manifestar, com certeza, haverá mudanças em tudo, e a todo que à Ele se expor..

Palavra profética:

Hoje, individualmente,  somos o santuário de Deus. A igreja reunida representa o  máximo dos santuários.
Quanto mais adoração, maior será a glória de Deus! Onde há um adorador, haverá um altar para o Senhor. Onde há um altar para o Senhor, a glória Dele se manifesta. Quando a glória Dele se manifesta, o mundo saberá que há um só Deus vivo e verdadeiro, e O adorarão! 
Seja um verdadeiro Adorador!

A IMPORTÂNCIA DO ALTAR


Altar no hebraico do Antigo Testamento é chamado de mizbear, (proveniente do termo hebraico zabar que significa abater, matar, sacrificar, imolar para sacrifício), logo altar significa um lugar de matança ou sacrifício.
 Em Esdras 3.2 lemos que Jesua, Zorobabel e os sacerdotes "se dispuseram e construíram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos". 

Isso acontece exatamente sete meses após o retorno do primeiro grupo de exilados para Jerusalém.
 É evidente que este altar não era construído de terra e pedras, pois este tipo de altar geralmente tinha um uso não sacerdotal, ou leigo. Noé, Abraão, Jacó, Moisés foram alguns dos homens que edificaram um altar deste tipo para agradecer a Deus e honrá-lo.
 

O altar que é referido em Esdras tinha uma forma prescrita e era feito ou de madeira e bronze. Este altar estava associado ao tabernáculo e o seu serviço sacerdotal. Em Êxodo 27.1-8 e 38.1-7 temos a descrição em detalhes do projeto para construção deste altar.
 Este altar do holocausto ficava entre a entrada do átrio e a porta do tabernáculo. As ofertas de animais e de manjares eram feitas nele. Os sacrifícios nele oferecidos significavam que era necessária a expiação pelo pecado antes de a pessoa entrar na presença de Deus para cultuá-lo e adorá-lo.
 

Não podemos confundir este altar de holocausto com o altar de incenso que era feito de madeira e outro, sendo um pouco menor e colocado dentro do tabernáculo antes da cortina que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos. 

Neste altar o sumo sacerdote oferecia incenso de manhã e de tarde. A fumaça do incenso que subia e enchia o tabernáculo simbolizava as orações que eram oferecidas. Em Êxodo 30.1-10 lemos sobre os pormenores deste altar.
 

Hoje nosso culto a Deus não depende mais destes altares. Mas precisamos entender qual o simbolismo deles hoje para a Igreja. 
No nosso culto não fazemos uso de materiais ou elementos que eram típicos do templo de Israel.
 O altar do holocausto que era colocado na entrada do pátio do templo onde os animais eram mortos em lugar das pessoas para perdão simboliza a cruz do Calvário, lugar onde Cristo foi crucificado em favor da humanidade, assim "não por meio do sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue" (Hebreus 9.12-14), é que temos acesso a Deus sem precisar de intermediários humanos.


Em Esdras, o povo sentiu a necessidade de cultuar a Deus e por isso foi reconstruído o altar do holocausto. Hoje todo aquele que deseja cultuar ao Senhor, precisa ir para a Cruz de Cristo e morrer nela todos os dias para chegar ao trono de graça (Mat 16.24).


Sem a Cruz não há adoração, pois só depois de passar por ela que temos acesso ao trono do Pai. A Cruz nos leva a Deus. 

Redescobrindo a importância do altar para um cristão

Entrevista com o professor de liturgia, Félix María Arocena
PAMPLONA, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org)

O Altar cristão tem um valor simbólico tão forte que a Igreja prefere que não seja portátil, mas sim fixo.
É uma das idéias explicadas por Félix María Arocena na novidade editorial «O altar cristão», da Biblioteca Litúrgica do Centro de Pastoral Litúrgica de Barcelona.

Nesta entrevista concedida a Zenit, o Pe. Arocena explica também o que significa que o cristão seja «o altar» de Deus.
O professor Arocena (San Sebastián, 1954) é presbítero da Prelazia do Opus Dei desde 1981 e é doutor em Sagrada Teologia, em Direito Canônico, e professor de teologia litúrgica na Faculdade de Teologia de Navarra.
Arocena Solano colabora com o Secretariado Nacional de Liturgia da Conferência Episcopal Espanhola.

--Você adverte uma atenção litúrgica especial de Bento XVI com relação ao altar, diferente de seus predecessores?
--Pe. Arocena: Existe unanimidade entre os Padres na hora de conceber o altar da liturgia cristã como sinal de Cristo. «O altar de Cristo», dizem.
Todos os bispos de Roma foram sensíveis a essa teologia. Tanto Bento XVI como seus predecessores, fizeram o altar «falar» por meio de seuars celebrandi.
--O altar cristão pode ser portátil?
--Pe. Arocena: Os séculos XVIII e XIX são, desde certo ponto de vista, os séculos das missões e das exigências práticas dos missionários que durante suas viagens se viam obrigados a celebrar o Santo Sacrifício em pequenas mesas de altar, portáteis.

O altar cristão pode ser portátil; neste caso, o altar não se dedica, se abençoa. A oração de bênção do altar móvel é particularmente bela, com uma teologia subjacente de grande densidade doutrinal.
Contudo, dada sua enorme carga emblemática, a Igreja prefere que o altar seja fixo.

É preciso destacar que toda a vida litúrgica da Igreja gira em torno do mistério do altar. Há um mistério do altar cristão. O poeta espanhol Prudêncio dizia que o altar era a mesa que nos dava o sacramento (mensa donatrix sacrament).

Cristo é o centro da ação da Igreja; o altar, sinal de Cristo, é o centro do edifício da Igreja.
A centralidade do altar no conjunto do espaço litúrgico não é teologicamente uma conclusão, mas o ponto de partida.
A centralidade do altar com relação ao edifício de culto reflete a centralidade de Cristo com relação à assembléia litúrgica, ao mundo e à história.
Nas catedrais, este caráter focal do altar era visto em sua construção: foi tradicional situá-lo no cruzeiro, entre o presbitério e a nave.

--Como deve se coordenar o altar com o ambão e a sede?
--Pe. Arocena: O Catecismo da Igreja Católica contém uma bela teologia simbólica e mistagógica que convida a uma melhor compreensão de cada um dos pólos da celebração: altar, sede, ambão.
Cada um destes lugares é um ícone espacial, imagem viva de Cristo através da linguagem do espaço e das realizações simbólicas que ocupam tais espaços.
Na celebração, Cristo é rei na sede, sacerdote no altar e profeta no ambão.
São as três funções de Cristo (tria Christi munera), que postulam um projeto iconográfico comum, que seja coerente com essa teologia e nela se inspire.
Em razão de seu profundo simbolismo cristológico, apenas seria expressivo que o altar, por exemplo, fosse de madeira, o ambão metálico e a sede de mármore.

--O cristão, altar de Deus. O que isso quer dizer?
--Pe. Arocena: O conhecedor do pensamento simbólico-sacramental da antiguidade cristã não se surpreende de que a visão luminosa do cristão como altar de Deus seja uma realidade que tem suas raízes na melhor literatura patrística.
Há um sermão de Pedro Crisólogo no qual ele diz: «Faz de teu coração um altar (altare cor tuum pone)». A liturgia não se limita às celebrações.
A abertura existencial da liturgia abre a dilatada perspectiva do culto existencial.
Assim como Cristo, a cabeça, está constituído em altar de seu próprio sacrifício, assim os batizados, seus membros, estão constituídos em altares vivos de seu sacrifício existencial. Cada cristão é, em palavras de São Josemaria Escrivá sacerdote de sua própria existência.

O altar da igreja e o altar do coração guardam juntos uma íntima relação. Aquele é o coração do santuário; este é a realidade mais profunda da pessoa, seu santuário interior.
O altar da igreja e o altar do coração se complementam mutuamente, e, de um modo misterioso, compõem um só.

O altar verdadeiro e perfeito onde se oferece o sacrifício de Cristo é a unidade viva de ambos, porque a vida cristã é uma espécie de sístole celebrativa e diástole existencial que engloba toda a vida do batizado.
Sobre esse altar vivo, que é seu coração, os cristãos oferecem «sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo». Oferecem seus «corpos como hóstia viva, santa, agradável a Deus».
É o culto espiritual dos cristãos, que, ao concluir a celebração eucarística, ouvem o celebrante que se dirige a eles dizer: «Glorificai a Deus com vossas vidas, podeis ir em paz». Após o sacrifício eucarístico, o sacrifício espiritual. Após a liturgia, a latria ( adoração a Deus).
Começa para os cristãos, de alguma forma, a «outra liturgia», a dimensão cultural inerente à vida daqueles que pertencem a Cristo: uma vida expressada sempre em categorias litúrgicas de sacrifício, de aliança, de mediação, de expiação...