quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O Altar e a sua importância na vida cristã.




É muito importante que saibamos do plano de Deus para dar direção e comunicar-se com seus filhos.  Por essa razão estabeleceu princípios irrevogáveis, portanto precisamos estar atentos para falarmos com Ele e também termos a sensibilidade e percepção, para ouvirmos a sua voz.

Temos a necessidade de operarmos de acordo com Sua vontade e estabelecermos Seu Reino na terra. Hoje, nesse tempo em que vivemos, a importância da comunicação é vital. Tão importante e necessária é, que sem ela não sobrevivemos e a cada dia recebemos muitas informações, inclusive de como e para onde o mundo está caminhando.

Em meio a essa grande revolução tecnológica, vemos e compramos aparelhos super poderosos para nos comunicar com todos ao nosso redor. A cada instante temos diante de nós equipamentos de grande capacidade, inclusive de armazenamento. Fica tudo guardado na memória de máquinas superpotentes.

No Velho Testamento, o meio utilizado por Deus após a queda de nossos primeiros pais é muito semelhante a esses equipamentos desse tempo da revolução tecnológica dos dias de hoje. 

O importante é comunicar-se com o Senhor e receber as informações de quando e como fazer a obra d’Ele. Para isso, Ele estabeleceu o ALTAR.

Vemos Deus tomando a iniciativa de falar conosco a seguir. Vemos o homem tomando a iniciativa de diálogo com Seu Criador. 
O importante é dar e receber informações. Deus disse a Moisés: “Faz conforme o modelo que estou te mostrando”. 

E ainda hoje Deus quer se comunicar e nos dar a direção, nos mostrar o modelo de como fazer a Sua obra.
Mas quantos estão dispostos a comunicar-se com o Criador e receber d’Ele as informações necessárias para todas as áreas de suas vidas e também, as direções necessárias para realizar as obras de Deus?

Vemos na atitude de Elias uma chave, uma revelação. Ele disse aquele povo que estava frio e sem fé: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?, ou seja, até quando duvidareis ?

Disse ele: “Vamos restaurar o ALTAR do Senhor que está em ruínas. “
Na verdade essa direção tinha muito a ver com reatar, resgatar a comunicação com Deus. Não tem como andar numa vida de vitórias nessa terra, sem comunicação com Deus.

O ALTAR DE NOÉ

Porque Noé toma essa atitude de construir um ALTAR logo após as águas baixarem? 

O impacto do dilúvio me parece que ainda estava muito vivo na memória de seus familiares. Muito temor havia em seus corações em presenciar tremenda tragédia mundial e os milhares que morreram afogados. 
Ele queria saber os planos de Deus dali em diante e por isso ele estabelece o ALTAR, com o objetivo de ouvir a voz do Senhor.
(Gênesis 8:20)
E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar.
(Gênesis 8:21)

E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. 

Tremendo o que Deus comunica ao nosso pai Noé. Ele gostou sentiu o cheiro agradável do que foi colocado no altar ( isto é, a disposição de Nóe e sua família em adorar e agradecer a Deus pelos benefícios recebidos) e respondeu as expectativas do coração de Noé e de seus familiares. 

Deus disse: “A imaginação do coração do homem é má desde que ele é ainda uma criança. Não amaldiçoarei a terra. Não vou ferir a mais nenhum sobrevivente em tais tragédias. Ele disse algo também muito interessante. 

Enquanto a terra durar! Já parou para pensar nessa declaração? Enquanto a terra durar!
(Gênesis 8:22)
Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão.

O ALTAR DE ABRÃO

Aqui o próprio Deus toma a iniciativa de comunicação com a terra e Ele escolhe o nosso pai da fé para liberar um chamado e promessas.
(Gênesis 12:7)
E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.
Gênesis 12:8

E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR.
Gênesis 12:9
Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul.
Gênesis 13:4
até ao lugar do altar que, dantes, ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do SENHOR.  Abrão procura a banda do Sul onde antes tinha feito uma linda comunicação com Deus e nos parece que ele quer retomar o diálogo alguma coisa ficou incompleta ele quer saber os detalhes.
Gênesis 13:18

E Abrão armou as suas tendas, e veio, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR.
Gênesis 22:9

E vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.
Gênesis 22:10
Deus está levando o nosso pai da fé para uma experiência muito dura, uma prova de fogo. Abrão praticou a obediência imediata e cumpre a ordem do Senhor e recebe o resultado dessa cega obediência. E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o seu filho.
Gênesis 22:11

Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
Gênesis 22:12
quando alguém entra no terreno da obediência cega que nós chamamos de confiança total até o Céu grita com os anjos de Deus. 
Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único. 

Que coisa gloriosa o que Deus disse: “Agora sei que tu me temes”. Já pensou na profundidade dessa resposta? Agora Eu sei que tu me temes!  imediatamente vemos a provisão do Senhor diante dos olhos de Abrão e que glorioso receber das mãos do Senhor todo o suprimento que necessitamos.
Gênesis 22:13
Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.

UM OUTRO ALTAR – edificando outro Altar para se comunicar-se com Deus
Gênesis 26:25


Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço. 

O altar lhes deu a visão de cavar um poço! Água, nessa visão gloriosa vemos que no ALTAR temos água. A nossa sede de Deus é saciada, água em abundância porém temos que cavar. Você tem a atitude de cavar até encontrar a água que necessita?
Gênesis 33:20
E levantou ali um altar e chamou-lhe Deus, o Deus de Israel.

LEVANTE UM NOVO ALTAR

Gênesis 35:1
Depois, disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão.
Outra memória. Lembra aquelas orações que fez quando estava numa terrível crise? seu irmão queria lhe matar? Lembra? Quero falar um pouco mais com você sobre essa questão ok?
Gênesis 35:2

Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes.
Gênesis 35:3
Deus está falando sobre mudança de mentalidade. A ordem de Deus era purificação, consagração total.
Gênesis 35:5
Deus agora toma a iniciativa de comunicação.
E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o.

O ALTAR DE MOISÉS


Êxodo 15:2
O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.
Êxodo 17:15
E Moisés edificou um ALTAR e chamou o seu nome: O SENHOR é minha bandeira. 
O que representa a bandeira de uma nação? A nossa bandeira brasileira tem varias cores, verde, amarelo, azul e branco. Para cada uma dessas cores há uma indicação para isso. Por exemplo, o amarelo significa a as riquezas que temos no metal precioso chamado OURO. 
O verde represente as nossas matas. Quando Moisés declara: “O Senhor é a minha bandeira”. Acredito que ele refere- se a Deus como a sua maior riqueza.
A ordem de Deus para construir um ALTAR
Êxodo 20:24
Um ALTAR de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei.
É no ALTAR que encontramos com Deus e por Ele somos abençoados.
É no ALTAR das orações celebramos a memória e o nome do Senhor.
Êxodo 20:25
E, se me fizeres um ALTAR de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás.
Êxodo 20:26

Não subirás também por degraus ao meu ALTAR, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.
Êxodo 21:14
Mas, se alguém se ensoberbecer contra o seu próximo, matando-o com engano, tirá-lo-ás do meu ALTAR para que morra.
Êxodo 24:4

E Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de madrugada, e edificou um ALTAR ao pé do monte e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel;
Êxodo 24:5
e enviou certos jovens dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos e sacrificaram ao SENHOR sacrifícios pacíficos de bezerros.
Êxodo 24:6
E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos.
É no ALTAR que reafirmamos o nosso compromisso de obedecer a direção do Senhor para nossas vidas.
Êxodo 24:8
E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel,
Êxodo 24:10
e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira e como o parecer do céu na sua claridade.
É no ALTAR que enxergamos a luz do Senhor.
Êxodo 24:11
Então, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os ensinares.
É no ALTAR das orações que recebemos os projetos de Deus.
Êxodo 24:13
E levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e subiu Moisés o monte de Deus.
E, subindo Moisés o monte, a nuvem cobriu o monte.  A nuvem representa a presença do Senhor nos trazendo refrigério e isso tudo acontece no ALTAR.
Êxodo 24:16
E habitava a glória do SENHOR sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e, ao sétimo dia, chamou o SENHOR a Moisés do meio da nuvem.  No cume do Monte Sinai Deus chamou Moisés para uma reunião no ALTAR.
Êxodo 24:17
E o aspecto da glória do SENHOR era como um fogo consumidor no cume do monte aos olhos dos filhos de Israel.
Êxodo 24:18
E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu o monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.
No ALTAR teremos a comunicação com Deus e o necessário para descobrirmos gradativamente a Sua vontade plena para a Igreja de Cristo. 

A importância dos altares no passado

Na época dos patriarcas, Deus se manifestava nos locais onde levantavam-se altares de pedra, e eram oferecidos sacrifícios ao Deus Jeová. Era algo normal entre eles, sempre que tinham algo a agradecer, ou algo a ser buscado de Deus, levantava-se um altar.
Na verdade, o mesmo acontecia  com os que serviam aos deuses pagãos. Nos altares levantados, os espíritos territoriais se manifestavam, e através destes altares deixavam seus pontos de contato, e assim poderiam controlar determinada região.
Ao estudarmos a história de Israel, percebemos que no início estes altares eram feitos de pedra, até chegar a época dos reis.
No reinado de Davi, Deus colocou no coração dele o desejo de construir um santuário, um templo, e ele preparou Salomão, seu filho, para tornar este desejo em realidade.
Os homens daquela época eram fervorosos adoradores. Eles sabiam que sua adoração tocava o coração de Deus e ele vinha, e se manifestava.
E quando isto acontecia, a presença de Deus  era tão real, e muitas vezes com manifestações físicas através de anjos, fogo, terremoto, ou som de trombeta.

Deus estabeleceu princípios para a construção dos Altares de pedra

Lemos em Êxodo 20:25 e 26 ?e, se me fizeres um altar de pedra, não o farás de pedra lavrada; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. Não subirás também por degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles.?
Deus prometeu manifestar-se no lugar onde houvesse um Altar, por isso, era necessário seguir os seus princípios para edificá-los:
            1º)  para que Deus aceitasse a oferta, o altar não podia ser profanado  - as pedras não poderiam ser cortadas com ferramentas. Isto significa que Deus queria uma adoração natural. Nada artificial, nada ?coreografado? . Tudo espontâneo partindo de um coração sincero.
            2º ) não podiam mostrar sua nudez . No altar do Senhor tem que haver santidade. Infelizmente hoje, nos altares de Deus muitas vezes há pessoas que não cuidam, e trazem contaminação ao altar, com o uso de roupas sem pudor, e vida de pecado, pensando que assim irão agradar a Deus.

Esta é a diferença dos altares de satanás, que contêm toda sorte de impurezas, imundícias, e perversão. Mas Deus é santo e exige santidade na sua presença.

O lugar do Altar

No princípio, a revelação mostrava que no lugar onde era erigido um  altar, era exatamente onde Deus se manifestava, falava com eles, e o próprio lugar se transformava num lugar sagrado (veja o exemplo de Jacó em Gênesis 35:9-15).
Você encontra também na Palavra de Deus, lugares específicos onde o próprio Deus escolheu para se manifestar, veja:
            1º) Êxodo 19:18-20 -  o Monte Sinai ? foi um ?altar?  especial ? o lugar da lei, o lugar onde Moisés teve uma experiência tremenda, e falou com Deus.
            2º) I Reis 18: 19-24, 36-38,39 ? o Monte Carmelo ? passo a passo, até levantar um altar, e  Deus se manifestar para derrotar Baal e os falsos profetas.

Do Altar de Pedra ao Santuário

Em Gênesis 22:1-14,  Deus escolheu um lugar que no futuro se converteria, num templo, um santuário (profeticamente já mostrando Jesus e nós).  Quando Abraão entrega Isaac, Deus escolheu uma das montanhas de Moriá, profeticamente como Jesus estaria sendo entregue como cordeiro pascal.

No mesmo lugar, David é confrontado com seu pecado, e Deus dá ordens para construir um altar, e assim cessar a praga que estava sobre Israel.
O local escolhido foi a eira de Arauna (em algumas traduções Onã ? o Jebuseu).
Veja esta história em  I Crônicas 21:14-30, e no capítulo 22:1 à 6,  em II Crônicas 3:1, e também em II Crônicas 7:1-2, 12, e 16. O altar foi levan tado, o sacrifício foi entregue, e a praga cessou!
O mesmo lugar do sacrifício de Abraão, o mesmo lugar do sacrifício  de Davi, foi construído o santuáro de Salomão para o Deus altíssimo.Aleluia!  II Crônicas 3:1 ?e começou Salomão a edificar a casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor se tinha mostrado a Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu?.

Adoração é a resposta para os dias de hoje

Quando Jesus veio como cordeiro, ele foi sacrificado no altar do Gólgota e derramou seu sangue como libação. Ao subir aos céus,  o Espírito Santo é enviado, e este passa a morar no interior de todos aqueles que aceitam a Jesus como Senhor de suas vidas.
Passamos a ser o santuário vivo do Deus altíssimo. Mas não podemos esquecer que os princípios continuam os mesmos:

1) adoração tem que ser natural e espontânea


2) o altar de Deus (que somos nós) tem que estar em santidade (vida de santidade).

A adoração atrai a presença de Deus! Quanto mais adoração, maior será a glória de Deus,  e onde Ele se manifestar, com certeza, haverá mudanças em tudo, e a todo que à Ele se expor..

Palavra profética:

Hoje, individualmente,  somos o santuário de Deus. A igreja reunida representa o  máximo dos santuários.
Quanto mais adoração, maior será a glória de Deus! Onde há um adorador, haverá um altar para o Senhor. Onde há um altar para o Senhor, a glória Dele se manifesta. Quando a glória Dele se manifesta, o mundo saberá que há um só Deus vivo e verdadeiro, e O adorarão! 
Seja um verdadeiro Adorador!

A IMPORTÂNCIA DO ALTAR


Altar no hebraico do Antigo Testamento é chamado de mizbear, (proveniente do termo hebraico zabar que significa abater, matar, sacrificar, imolar para sacrifício), logo altar significa um lugar de matança ou sacrifício.
 Em Esdras 3.2 lemos que Jesua, Zorobabel e os sacerdotes "se dispuseram e construíram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos". 

Isso acontece exatamente sete meses após o retorno do primeiro grupo de exilados para Jerusalém.
 É evidente que este altar não era construído de terra e pedras, pois este tipo de altar geralmente tinha um uso não sacerdotal, ou leigo. Noé, Abraão, Jacó, Moisés foram alguns dos homens que edificaram um altar deste tipo para agradecer a Deus e honrá-lo.
 

O altar que é referido em Esdras tinha uma forma prescrita e era feito ou de madeira e bronze. Este altar estava associado ao tabernáculo e o seu serviço sacerdotal. Em Êxodo 27.1-8 e 38.1-7 temos a descrição em detalhes do projeto para construção deste altar.
 Este altar do holocausto ficava entre a entrada do átrio e a porta do tabernáculo. As ofertas de animais e de manjares eram feitas nele. Os sacrifícios nele oferecidos significavam que era necessária a expiação pelo pecado antes de a pessoa entrar na presença de Deus para cultuá-lo e adorá-lo.
 

Não podemos confundir este altar de holocausto com o altar de incenso que era feito de madeira e outro, sendo um pouco menor e colocado dentro do tabernáculo antes da cortina que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos. 

Neste altar o sumo sacerdote oferecia incenso de manhã e de tarde. A fumaça do incenso que subia e enchia o tabernáculo simbolizava as orações que eram oferecidas. Em Êxodo 30.1-10 lemos sobre os pormenores deste altar.
 

Hoje nosso culto a Deus não depende mais destes altares. Mas precisamos entender qual o simbolismo deles hoje para a Igreja. 
No nosso culto não fazemos uso de materiais ou elementos que eram típicos do templo de Israel.
 O altar do holocausto que era colocado na entrada do pátio do templo onde os animais eram mortos em lugar das pessoas para perdão simboliza a cruz do Calvário, lugar onde Cristo foi crucificado em favor da humanidade, assim "não por meio do sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue" (Hebreus 9.12-14), é que temos acesso a Deus sem precisar de intermediários humanos.


Em Esdras, o povo sentiu a necessidade de cultuar a Deus e por isso foi reconstruído o altar do holocausto. Hoje todo aquele que deseja cultuar ao Senhor, precisa ir para a Cruz de Cristo e morrer nela todos os dias para chegar ao trono de graça (Mat 16.24).


Sem a Cruz não há adoração, pois só depois de passar por ela que temos acesso ao trono do Pai. A Cruz nos leva a Deus. 

Redescobrindo a importância do altar para um cristão

Entrevista com o professor de liturgia, Félix María Arocena
PAMPLONA, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org)

O Altar cristão tem um valor simbólico tão forte que a Igreja prefere que não seja portátil, mas sim fixo.
É uma das idéias explicadas por Félix María Arocena na novidade editorial «O altar cristão», da Biblioteca Litúrgica do Centro de Pastoral Litúrgica de Barcelona.

Nesta entrevista concedida a Zenit, o Pe. Arocena explica também o que significa que o cristão seja «o altar» de Deus.
O professor Arocena (San Sebastián, 1954) é presbítero da Prelazia do Opus Dei desde 1981 e é doutor em Sagrada Teologia, em Direito Canônico, e professor de teologia litúrgica na Faculdade de Teologia de Navarra.
Arocena Solano colabora com o Secretariado Nacional de Liturgia da Conferência Episcopal Espanhola.

--Você adverte uma atenção litúrgica especial de Bento XVI com relação ao altar, diferente de seus predecessores?
--Pe. Arocena: Existe unanimidade entre os Padres na hora de conceber o altar da liturgia cristã como sinal de Cristo. «O altar de Cristo», dizem.
Todos os bispos de Roma foram sensíveis a essa teologia. Tanto Bento XVI como seus predecessores, fizeram o altar «falar» por meio de seuars celebrandi.
--O altar cristão pode ser portátil?
--Pe. Arocena: Os séculos XVIII e XIX são, desde certo ponto de vista, os séculos das missões e das exigências práticas dos missionários que durante suas viagens se viam obrigados a celebrar o Santo Sacrifício em pequenas mesas de altar, portáteis.

O altar cristão pode ser portátil; neste caso, o altar não se dedica, se abençoa. A oração de bênção do altar móvel é particularmente bela, com uma teologia subjacente de grande densidade doutrinal.
Contudo, dada sua enorme carga emblemática, a Igreja prefere que o altar seja fixo.

É preciso destacar que toda a vida litúrgica da Igreja gira em torno do mistério do altar. Há um mistério do altar cristão. O poeta espanhol Prudêncio dizia que o altar era a mesa que nos dava o sacramento (mensa donatrix sacrament).

Cristo é o centro da ação da Igreja; o altar, sinal de Cristo, é o centro do edifício da Igreja.
A centralidade do altar no conjunto do espaço litúrgico não é teologicamente uma conclusão, mas o ponto de partida.
A centralidade do altar com relação ao edifício de culto reflete a centralidade de Cristo com relação à assembléia litúrgica, ao mundo e à história.
Nas catedrais, este caráter focal do altar era visto em sua construção: foi tradicional situá-lo no cruzeiro, entre o presbitério e a nave.

--Como deve se coordenar o altar com o ambão e a sede?
--Pe. Arocena: O Catecismo da Igreja Católica contém uma bela teologia simbólica e mistagógica que convida a uma melhor compreensão de cada um dos pólos da celebração: altar, sede, ambão.
Cada um destes lugares é um ícone espacial, imagem viva de Cristo através da linguagem do espaço e das realizações simbólicas que ocupam tais espaços.
Na celebração, Cristo é rei na sede, sacerdote no altar e profeta no ambão.
São as três funções de Cristo (tria Christi munera), que postulam um projeto iconográfico comum, que seja coerente com essa teologia e nela se inspire.
Em razão de seu profundo simbolismo cristológico, apenas seria expressivo que o altar, por exemplo, fosse de madeira, o ambão metálico e a sede de mármore.

--O cristão, altar de Deus. O que isso quer dizer?
--Pe. Arocena: O conhecedor do pensamento simbólico-sacramental da antiguidade cristã não se surpreende de que a visão luminosa do cristão como altar de Deus seja uma realidade que tem suas raízes na melhor literatura patrística.
Há um sermão de Pedro Crisólogo no qual ele diz: «Faz de teu coração um altar (altare cor tuum pone)». A liturgia não se limita às celebrações.
A abertura existencial da liturgia abre a dilatada perspectiva do culto existencial.
Assim como Cristo, a cabeça, está constituído em altar de seu próprio sacrifício, assim os batizados, seus membros, estão constituídos em altares vivos de seu sacrifício existencial. Cada cristão é, em palavras de São Josemaria Escrivá sacerdote de sua própria existência.

O altar da igreja e o altar do coração guardam juntos uma íntima relação. Aquele é o coração do santuário; este é a realidade mais profunda da pessoa, seu santuário interior.
O altar da igreja e o altar do coração se complementam mutuamente, e, de um modo misterioso, compõem um só.

O altar verdadeiro e perfeito onde se oferece o sacrifício de Cristo é a unidade viva de ambos, porque a vida cristã é uma espécie de sístole celebrativa e diástole existencial que engloba toda a vida do batizado.
Sobre esse altar vivo, que é seu coração, os cristãos oferecem «sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo». Oferecem seus «corpos como hóstia viva, santa, agradável a Deus».
É o culto espiritual dos cristãos, que, ao concluir a celebração eucarística, ouvem o celebrante que se dirige a eles dizer: «Glorificai a Deus com vossas vidas, podeis ir em paz». Após o sacrifício eucarístico, o sacrifício espiritual. Após a liturgia, a latria ( adoração a Deus).
Começa para os cristãos, de alguma forma, a «outra liturgia», a dimensão cultural inerente à vida daqueles que pertencem a Cristo: uma vida expressada sempre em categorias litúrgicas de sacrifício, de aliança, de mediação, de expiação...
     

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