É
muito importante que saibamos do plano de Deus para dar direção e comunicar-se
com seus filhos. Por essa razão estabeleceu princípios irrevogáveis,
portanto precisamos estar atentos para falarmos com Ele e também termos a
sensibilidade e percepção, para ouvirmos a sua voz.
Temos
a necessidade de operarmos de acordo com Sua vontade e estabelecermos Seu Reino
na terra. Hoje, nesse tempo em que vivemos, a importância da comunicação é
vital. Tão importante e necessária é, que sem ela não sobrevivemos e a cada dia
recebemos muitas informações, inclusive de como e para onde o mundo está
caminhando.
Em
meio a essa grande revolução tecnológica, vemos e compramos aparelhos super
poderosos para nos comunicar com todos ao nosso redor. A cada instante temos
diante de nós equipamentos de grande capacidade, inclusive de armazenamento.
Fica tudo guardado na memória de máquinas superpotentes.
No
Velho Testamento, o meio utilizado por Deus após a queda de nossos primeiros
pais é muito semelhante a esses equipamentos desse tempo da revolução
tecnológica dos dias de hoje.
O importante é comunicar-se com o Senhor e
receber as informações de quando e como fazer a obra d’Ele. Para isso, Ele
estabeleceu o ALTAR.
Vemos
Deus tomando a iniciativa de falar conosco a seguir. Vemos o homem tomando a
iniciativa de diálogo com Seu Criador.
O importante é dar e receber
informações. Deus disse a Moisés: “Faz conforme o modelo que estou te
mostrando”.
E ainda hoje Deus quer se comunicar e nos dar a direção, nos
mostrar o modelo de como fazer a Sua obra.
Mas
quantos estão dispostos a comunicar-se com o Criador e receber d’Ele as
informações necessárias para todas as áreas de suas vidas e também, as direções
necessárias para realizar as obras de Deus?
Vemos
na atitude de Elias uma chave, uma revelação. Ele disse aquele povo que estava
frio e sem fé: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?, ou seja, até quando duvidareis ?
Disse ele:
“Vamos restaurar o ALTAR do Senhor que está em ruínas. “
Na
verdade essa direção tinha muito a ver com reatar, resgatar a comunicação com
Deus. Não tem como andar numa vida de vitórias nessa terra, sem comunicação com
Deus.
O
ALTAR DE NOÉ
Porque Noé toma essa atitude de construir um ALTAR logo após as águas baixarem?
O impacto do dilúvio me parece que ainda estava muito vivo na memória de seus
familiares. Muito temor havia em seus corações em presenciar tremenda tragédia
mundial e os milhares que morreram afogados.
Ele queria saber os planos de Deus
dali em diante e por isso ele estabelece o ALTAR, com o objetivo de ouvir a voz
do Senhor.
(Gênesis
8:20)
E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal limpo e de toda ave
limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar.
(Gênesis
8:21)
E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei
mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do
homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como
fiz.
Tremendo o que Deus comunica ao nosso pai Noé. Ele gostou sentiu o cheiro
agradável do que foi colocado no altar ( isto é, a disposição de Nóe e sua família em adorar e agradecer a Deus pelos benefícios recebidos) e respondeu as expectativas do coração
de Noé e de seus familiares.
Deus disse: “A imaginação do coração do homem é má
desde que ele é ainda uma criança. Não amaldiçoarei a terra. Não vou ferir a
mais nenhum sobrevivente em tais tragédias. Ele disse algo também muito
interessante.
Enquanto a terra durar! Já parou para pensar nessa declaração?
Enquanto a terra durar!
(Gênesis
8:22)
Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e
dia e noite não cessarão.
O
ALTAR DE ABRÃO
Aqui o próprio Deus toma a iniciativa de comunicação com a terra e Ele escolhe
o nosso pai da fé para liberar um chamado e promessas.
(Gênesis
12:7)
E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou
ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.
Gênesis
12:8
E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua
tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao
SENHOR e invocou o nome do SENHOR.
Gênesis
12:9
Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul.
Gênesis
13:4
até ao lugar do altar que, dantes, ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome
do SENHOR. Abrão procura a banda do Sul onde antes tinha feito uma linda
comunicação com Deus e nos parece que ele quer retomar o diálogo alguma coisa
ficou incompleta ele quer saber os detalhes.
Gênesis
13:18
E Abrão armou as suas tendas, e veio, e habitou nos carvalhais de Manre, que
estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR.
Gênesis
22:9
E vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs
em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em
cima da lenha.
Gênesis
22:10
Deus está levando o nosso pai da fé para uma experiência muito dura, uma prova
de fogo. Abrão praticou a obediência imediata e cumpre a ordem do Senhor e
recebe o resultado dessa cega obediência. E estendeu Abraão a sua mão e tomou o
cutelo para imolar o seu filho.
Gênesis
22:11
Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele
disse: Eis-me aqui.
Gênesis
22:12
quando alguém entra no terreno da obediência cega que nós chamamos de confiança
total até o Céu grita com os anjos de Deus.
Então, disse: Não estendas a tua
mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e
não me negaste o teu filho, o teu único.
Que coisa gloriosa o que Deus disse:
“Agora sei que tu me temes”. Já pensou na profundidade dessa resposta? Agora Eu
sei que tu me temes! imediatamente vemos a provisão do Senhor diante dos
olhos de Abrão e que glorioso receber das mãos do Senhor todo o suprimento que
necessitamos.
Gênesis
22:13
Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele,
travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e
ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.
UM
OUTRO ALTAR – edificando outro Altar para se comunicar-se com Deus
Gênesis 26:25
Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua
tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
O altar lhes deu a visão de
cavar um poço! Água, nessa visão gloriosa vemos que no ALTAR temos água. A
nossa sede de Deus é saciada, água em abundância porém temos que cavar. Você
tem a atitude de cavar até encontrar a água que necessita?
Gênesis
33:20
E levantou ali um altar e chamou-lhe Deus, o Deus de Israel.
LEVANTE
UM NOVO ALTAR
Gênesis 35:1
Depois, disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um
altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão.
Outra
memória. Lembra aquelas orações que fez quando estava numa terrível crise? seu
irmão queria lhe matar? Lembra? Quero falar um pouco mais com você sobre essa
questão ok?
Gênesis
35:2
Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os
deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas
vestes.
Gênesis
35:3
Deus está falando sobre mudança de mentalidade. A ordem de Deus era purificação, consagração total.
Gênesis
35:5
Deus agora toma a iniciativa de comunicação.
E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o.
O
ALTAR DE MOISÉS
Êxodo 15:2
O SENHOR é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu
Deus; portanto, lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai; por isso, o
exaltarei.
Êxodo
17:15
E Moisés edificou um ALTAR e chamou o seu nome: O SENHOR é minha bandeira.
O
que representa a bandeira de uma nação? A nossa bandeira brasileira tem varias
cores, verde, amarelo, azul e branco. Para cada uma dessas cores há uma
indicação para isso. Por exemplo, o amarelo significa a as riquezas que temos
no metal precioso chamado OURO.
O verde represente as nossas matas. Quando
Moisés declara: “O Senhor é a minha bandeira”. Acredito que ele refere-
se a Deus como a sua maior riqueza.
A
ordem de Deus para construir um ALTAR
Êxodo
20:24
Um ALTAR de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as
tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo lugar onde
eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei.
É
no ALTAR que encontramos com Deus e por Ele somos abençoados.
É
no ALTAR das orações celebramos a memória e o nome do Senhor.
Êxodo
20:25
E, se me fizeres um ALTAR de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre
ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás.
Êxodo
20:26
Não subirás também por degraus ao meu ALTAR, para que a tua nudez não seja
descoberta diante deles.
Êxodo
21:14
Mas, se alguém se ensoberbecer contra o seu próximo, matando-o com engano,
tirá-lo-ás do meu ALTAR para que morra.
Êxodo
24:4
E Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de
madrugada, e edificou um ALTAR ao pé do monte e doze monumentos, segundo as
doze tribos de Israel;
Êxodo
24:5
e enviou certos jovens dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos e
sacrificaram ao SENHOR sacrifícios pacíficos de bezerros.
Êxodo
24:6
E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo
o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos.
É
no ALTAR que reafirmamos o nosso compromisso de obedecer a direção do Senhor
para nossas vidas.
Êxodo
24:8
E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel,
Êxodo
24:10
e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de
safira e como o parecer do céu na sua claridade.
É
no ALTAR que enxergamos a luz do Senhor.
Êxodo
24:11
Então, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; e dar-te-ei
tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para os
ensinares.
É
no ALTAR das orações que recebemos os projetos de Deus.
Êxodo
24:13
E levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e subiu Moisés o monte de Deus.
E, subindo Moisés o monte, a nuvem cobriu o monte. A nuvem representa a
presença do Senhor nos trazendo refrigério e isso tudo acontece no ALTAR.
Êxodo
24:16
E habitava a glória do SENHOR sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis
dias; e, ao sétimo dia, chamou o SENHOR a Moisés do meio da nuvem. No
cume do Monte Sinai Deus chamou Moisés para uma reunião no ALTAR.
Êxodo
24:17
E o aspecto da glória do SENHOR era como um fogo consumidor no cume do monte
aos olhos dos filhos de Israel.
Êxodo
24:18
E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu o monte; e Moisés esteve no
monte quarenta dias e quarenta noites.
No
ALTAR teremos a comunicação com Deus e o necessário para descobrirmos
gradativamente a Sua vontade plena para a Igreja de Cristo.
A importância dos altares no passado
Na época dos patriarcas, Deus se manifestava nos
locais onde levantavam-se altares de pedra, e eram oferecidos sacrifícios ao
Deus Jeová. Era algo normal entre eles, sempre que tinham algo a agradecer, ou
algo a ser buscado de Deus, levantava-se um altar.
Na verdade, o mesmo acontecia com os que
serviam aos deuses pagãos. Nos altares levantados, os espíritos territoriais se
manifestavam, e através destes altares deixavam seus pontos de contato, e assim
poderiam controlar determinada região.
Ao estudarmos a história de Israel, percebemos que
no início estes altares eram feitos de pedra, até chegar a época dos
reis.
No reinado de Davi, Deus colocou no coração dele o desejo de construir um
santuário, um templo, e ele preparou Salomão, seu filho, para tornar este
desejo em realidade.
Os homens daquela época eram fervorosos adoradores.
Eles sabiam que sua adoração tocava o coração de Deus e ele vinha, e se
manifestava.
E quando isto acontecia, a presença de Deus
era tão real, e muitas vezes com manifestações físicas através de anjos, fogo,
terremoto, ou som de trombeta.
Deus estabeleceu princípios para a
construção dos Altares de pedra
Lemos em Êxodo 20:25 e 26 ?e, se me fizeres um
altar de pedra, não o farás de pedra lavrada; se sobre ele levantares o teu
buril, profaná-lo-ás. Não subirás também por degraus ao meu altar, para que a
tua nudez não seja descoberta diante deles.?
Deus prometeu manifestar-se no lugar onde houvesse
um Altar, por isso, era necessário seguir os seus princípios para edificá-los:
1º) para que Deus aceitasse a oferta, o altar não podia ser
profanado - as pedras não poderiam ser cortadas com ferramentas. Isto
significa que Deus queria uma adoração natural. Nada artificial, nada
?coreografado? . Tudo espontâneo partindo de um coração sincero.
2º
) não podiam mostrar sua nudez . No altar do Senhor tem que haver santidade.
Infelizmente hoje, nos altares de Deus muitas vezes há pessoas que não cuidam,
e trazem contaminação ao altar, com o uso de roupas sem pudor, e vida de
pecado, pensando que assim irão agradar a Deus.
Esta é a diferença dos altares de satanás, que contêm toda sorte de impurezas,
imundícias, e perversão. Mas Deus é santo e exige santidade na sua presença.
O lugar do Altar
No princípio, a revelação mostrava que no lugar
onde era erigido um altar, era exatamente onde Deus se manifestava,
falava com eles, e o próprio lugar se transformava num lugar sagrado (veja o
exemplo de Jacó em Gênesis 35:9-15).
Você encontra também na Palavra de Deus, lugares
específicos onde o próprio Deus escolheu para se manifestar, veja:
1º) Êxodo 19:18-20 - o Monte Sinai ? foi um ?altar? especial
? o lugar da lei, o lugar onde Moisés teve uma experiência tremenda, e falou
com Deus.
2º) I Reis 18: 19-24, 36-38,39 ? o Monte Carmelo ? passo a passo, até levantar
um altar, e Deus se manifestar para derrotar Baal e os falsos profetas.
Do Altar de Pedra ao Santuário
Em Gênesis 22:1-14, Deus escolheu um lugar
que no futuro se converteria, num templo, um santuário (profeticamente já
mostrando Jesus e nós). Quando Abraão entrega Isaac, Deus escolheu uma
das montanhas de Moriá, profeticamente como Jesus estaria sendo entregue como
cordeiro pascal.
No mesmo lugar, David é confrontado com seu pecado,
e Deus dá ordens para construir um altar, e assim cessar a praga que estava
sobre Israel.
O local escolhido foi a eira de Arauna (em algumas
traduções Onã ? o Jebuseu).
Veja esta história em I Crônicas 21:14-30, e
no capítulo 22:1 à 6, em II Crônicas 3:1, e também em II Crônicas 7:1-2,
12, e 16. O altar foi levan tado, o sacrifício foi entregue, e a praga cessou!
O mesmo lugar do sacrifício de Abraão, o mesmo
lugar do sacrifício de Davi, foi construído o santuáro de Salomão para o
Deus altíssimo.Aleluia! II Crônicas 3:1 ?e começou Salomão a edificar a
casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor se tinha mostrado a
Davi, seu pai, no lugar que Davi tinha preparado na eira de Ornã, o jebuseu?.
Adoração é a resposta para os dias de hoje
Quando Jesus veio como cordeiro, ele foi
sacrificado no altar do Gólgota e derramou seu sangue como libação. Ao subir
aos céus, o Espírito Santo é enviado, e este passa a morar no interior de
todos aqueles que aceitam a Jesus como Senhor de suas vidas.
Passamos a ser o santuário vivo do Deus altíssimo. Mas não podemos esquecer que os princípios continuam os mesmos:
1) adoração tem que ser natural e espontânea
2) o altar de Deus (que somos nós) tem que estar em santidade (vida de
santidade).
A adoração atrai a presença de Deus! Quanto mais
adoração, maior será a glória de Deus, e onde Ele se manifestar, com
certeza, haverá mudanças em tudo, e a todo que à Ele se expor..
Palavra profética:
Hoje, individualmente, somos o santuário de
Deus. A igreja reunida representa o máximo dos santuários.
Quanto mais adoração, maior será a glória de Deus!
Onde há um adorador, haverá um altar para o Senhor. Onde há um altar para o
Senhor, a glória Dele se manifesta. Quando a glória Dele se manifesta, o mundo
saberá que há um só Deus vivo e verdadeiro, e O adorarão!
Seja um verdadeiro Adorador!
A IMPORTÂNCIA DO ALTAR
Altar no hebraico do
Antigo Testamento é chamado de mizbear, (proveniente do termo hebraico zabar
que significa abater, matar, sacrificar, imolar para sacrifício), logo altar
significa um lugar de matança ou sacrifício.
Em
Esdras 3.2 lemos que Jesua, Zorobabel e os sacerdotes "se dispuseram e
construíram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos".
Isso acontece exatamente sete meses após o retorno do primeiro grupo de
exilados para Jerusalém.
É
evidente que este altar não era construído de terra e pedras, pois este tipo de
altar geralmente tinha um uso não sacerdotal, ou leigo. Noé, Abraão, Jacó,
Moisés foram alguns dos homens que edificaram um altar deste tipo para
agradecer a Deus e honrá-lo.
O
altar que é referido em Esdras tinha uma forma prescrita e era feito ou de
madeira e bronze. Este altar estava associado ao tabernáculo e o seu serviço
sacerdotal. Em Êxodo 27.1-8 e 38.1-7 temos a descrição em detalhes do projeto
para construção deste altar.
Este
altar do holocausto ficava entre a entrada do átrio e a porta do tabernáculo.
As ofertas de animais e de manjares eram feitas nele. Os sacrifícios nele
oferecidos significavam que era necessária a expiação pelo pecado antes de a
pessoa entrar na presença de Deus para cultuá-lo e adorá-lo.
Não
podemos confundir este altar de holocausto com o altar de incenso que era feito
de madeira e outro, sendo um pouco menor e colocado dentro do tabernáculo antes
da cortina que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos.
Neste altar o sumo
sacerdote oferecia incenso de manhã e de tarde. A fumaça do incenso que subia e
enchia o tabernáculo simbolizava as orações que eram oferecidas. Em Êxodo
30.1-10 lemos sobre os pormenores deste altar.
Hoje
nosso culto a Deus não depende mais destes altares. Mas precisamos entender
qual o simbolismo deles hoje para a Igreja.
No nosso culto não fazemos uso de
materiais ou elementos que eram típicos do templo de Israel.
O
altar do holocausto que era colocado na entrada do pátio do templo onde os
animais eram mortos em lugar das pessoas para perdão simboliza a cruz do
Calvário, lugar onde Cristo foi crucificado em favor da humanidade, assim "não
por meio do sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue" (Hebreus
9.12-14), é que temos acesso a Deus sem precisar de intermediários humanos.
Em
Esdras, o povo sentiu a necessidade de cultuar a Deus e por isso foi
reconstruído o altar do holocausto. Hoje todo aquele que deseja cultuar ao
Senhor, precisa ir para a Cruz de Cristo e morrer nela todos os dias para
chegar ao trono de graça (Mat 16.24).
Sem
a Cruz não há adoração, pois só depois de passar por ela que temos acesso ao
trono do Pai. A Cruz nos leva a Deus.
Redescobrindo a importância do altar para um cristão
Entrevista com o
professor de liturgia, Félix María Arocena
PAMPLONA, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org)
O Altar cristão tem
um valor simbólico tão forte que a Igreja prefere que não seja portátil, mas
sim fixo.
Nesta entrevista
concedida a Zenit, o Pe. Arocena explica também o que significa que o cristão
seja «o altar» de Deus.
O professor Arocena
(San Sebastián, 1954) é presbítero da Prelazia do Opus Dei desde 1981 e é
doutor em Sagrada Teologia, em Direito Canônico, e professor de teologia litúrgica
na Faculdade de Teologia de Navarra.
Arocena Solano
colabora com o Secretariado Nacional de Liturgia da Conferência Episcopal
Espanhola.
--Você adverte uma atenção litúrgica especial de Bento XVI com
relação ao altar, diferente de seus predecessores?
--Pe. Arocena:
Existe unanimidade entre os Padres na hora de conceber o altar da liturgia
cristã como sinal de Cristo. «O altar de Cristo», dizem.
Todos os bispos de Roma foram sensíveis a essa teologia. Tanto
Bento XVI como seus predecessores, fizeram o altar «falar» por meio de seuars celebrandi.
--O altar cristão pode ser portátil?
--Pe. Arocena: Os
séculos XVIII e XIX são, desde certo ponto de vista, os séculos das missões e
das exigências práticas dos missionários que durante suas viagens se viam obrigados
a celebrar o Santo Sacrifício em pequenas mesas de altar, portáteis.
O altar cristão pode
ser portátil; neste caso, o altar não se dedica, se abençoa. A oração de bênção
do altar móvel é particularmente bela, com uma teologia subjacente de grande
densidade doutrinal.
Contudo, dada sua
enorme carga emblemática, a Igreja prefere que o altar seja fixo.
É preciso destacar que toda a vida litúrgica da Igreja gira em
torno do mistério do altar. Há um mistério do altar cristão. O poeta espanhol
Prudêncio dizia que o altar era a mesa que nos dava o sacramento (mensa donatrix sacrament).
Cristo é o centro da
ação da Igreja; o altar, sinal de Cristo, é o centro do edifício da Igreja.
A centralidade do
altar no conjunto do espaço litúrgico não é teologicamente uma conclusão, mas o
ponto de partida.
A centralidade do
altar com relação ao edifício de culto reflete a centralidade de Cristo com
relação à assembléia litúrgica, ao mundo e à história.
Nas catedrais, este
caráter focal do altar era visto em sua construção: foi tradicional situá-lo no
cruzeiro, entre o presbitério e a nave.
--Como deve se coordenar o altar com o ambão e a sede?
--Pe. Arocena: O
Catecismo da Igreja Católica contém uma bela teologia simbólica e mistagógica
que convida a uma melhor compreensão de cada um dos pólos da celebração: altar,
sede, ambão.
Cada um destes
lugares é um ícone espacial, imagem viva de Cristo através da linguagem do
espaço e das realizações simbólicas que ocupam tais espaços.
Na celebração,
Cristo é rei na sede, sacerdote no altar e profeta no ambão.
São as três funções de Cristo (tria Christi munera),
que postulam um projeto iconográfico comum, que seja coerente com essa teologia
e nela se inspire.
Em razão de seu
profundo simbolismo cristológico, apenas seria expressivo que o altar, por
exemplo, fosse de madeira, o ambão metálico e a sede de mármore.
--O cristão, altar de Deus. O que isso quer dizer?
--Pe. Arocena: O
conhecedor do pensamento simbólico-sacramental da antiguidade cristã não se
surpreende de que a visão luminosa do cristão como altar de Deus seja uma
realidade que tem suas raízes na melhor literatura patrística.
Há um sermão de Pedro Crisólogo no qual ele diz: «Faz de teu
coração um altar (altare cor tuum pone)». A liturgia
não se limita às celebrações.
A abertura
existencial da liturgia abre a dilatada perspectiva do culto existencial.
Assim como Cristo, a cabeça, está constituído em altar de seu
próprio sacrifício, assim os batizados, seus membros, estão constituídos em
altares vivos de seu sacrifício existencial. Cada cristão é, em palavras de São Josemaria Escrivá sacerdote de sua
própria existência.
O altar da igreja e
o altar do coração guardam juntos uma íntima relação. Aquele é o coração do
santuário; este é a realidade mais profunda da pessoa, seu santuário interior.
O altar da igreja e
o altar do coração se complementam mutuamente, e, de um modo misterioso,
compõem um só.
O altar verdadeiro e
perfeito onde se oferece o sacrifício de Cristo é a unidade viva de ambos,
porque a vida cristã é uma espécie de sístole celebrativa e diástole
existencial que engloba toda a vida do batizado.
Sobre esse altar
vivo, que é seu coração, os cristãos oferecem «sacrifícios espirituais,
agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo». Oferecem seus «corpos como hóstia
viva, santa, agradável a Deus».
É o culto espiritual dos cristãos, que, ao concluir a celebração
eucarística, ouvem o celebrante que se dirige a eles dizer: «Glorificai a Deus
com vossas vidas, podeis ir em paz». Após o sacrifício eucarístico, o
sacrifício espiritual. Após a liturgia, a latria ( adoração a Deus).
Começa para os
cristãos, de alguma forma, a «outra liturgia», a dimensão cultural inerente à
vida daqueles que pertencem a Cristo: uma vida expressada sempre em categorias
litúrgicas de sacrifício, de aliança, de mediação, de expiação...